Steel frame: versatilidade e economia na obra


Steel frame, ou Gaiola de Aço em uma tradução para o português, funciona há quase um século nos Estados Unidos e tem sido uma grande vantagem na forma de construção rápida, limpa e eficiente. Hoje em dia podemos acrescentar o termo “sustentável” a essa técnica, pois como a grande maioria já deve saber, o aço é 100% reciclável e uma matéria prima da indústria mundial.


fonte: http://www.temsustentavel.com.br/wp-content/uploads/2016/09/06-Projeto-em-steel-frame-da-SMART2_Divulgacao.jpg


O baixo impacto ambiental do Steel Frame, no entanto, não se limita apenas ao material utilizado. Uma construção convencional de alvenaria tem muitas desvantagens quanto ao uso excessivo de água para a preparação do concreto, perdas de material que vai direto para a caçamba, virando entulho. Cerca de 30%* da obra em alvenaria acaba indo parar no lixo! Para se ter uma noção da proporção, a cada 100 reais gastos, 30 reais seus vão parar na caçamba! Muita coisa isso, não?

O Steel Frame surgiu como uma evolução do Wood Frame, também muito utilizado nos Estados Unidos, porém muito mais antigo. A durabilidade da tecnologia, no entanto, se mostra incrível, pois existem muitas casas centenárias (estamos falando de 200 ou 300 anos, ou até mais…) que ainda estão de pé e foram construídas com essa técnica.


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Mas diferente do Wood Frame, o Steel Frame é menos artesanal. As peças que são utilizadas para formar os painéis que vão compor a obra são feitos com perfis metálicos montados na indústria. Além disso, o aço tem uma resistência proporcional ou superior à da madeira (dependendo da espécie da árvore) e consegue ser muito mais leve, o que consome menos material e se torna uma opção super viável economicamente para a construção.

        Esses painéis do qual falei são montados com perfis metálicos galvanizados que criam uma superfície rígida e estrutural, feita com guias e montantes. Essa superfície ganha ares mais tradicionais quando é revestida com painéis de diferentes materiais, específicos para cada situação que se pretende criar. Um exemplo disso é a lã de rocha ou espuma de poliuretano, elementos termo acústicos que ajudam a melhorar o desempenho térmico da edificação e ao mesmo tempo diminui a necessidade de se utilizar ar condicionado, economizando assim eletricidade.

Esquema de construção e posicionamento das placas.
fonte: http://www.metalica.com.br/pg_dinamica/bin/ver_imagem.php?id_imagem=18899

Outros materiais muito utilizados na composição da parede de Steel Frame são os seguintes:

Placa cimentícia: Essa placa é composta por uma massa de cimento reforçada com fibra de vidro, resultando em chapas com grande planicidade e estabilidade dimensional. É versátil e pode ser utilizada tanto em ambientes internos, quanto externos sendo resistente à interperies.


Placa OSB: A placa de OSB (Oriented Strand Board) é um painel constituído de tiras prensadas de madeira reflorestada, o que aumenta sua resistência mecânica em relação a uma chapa de madeira comum. É usada como contraventamento da estrutura de aço.
As construções de Steel Frame oferecem grande resistência a terremotos, tempestades e tufões, e boa parte dessa resistência é garantida pelo OSB. (Mesmo que isso não faça diferença aqui no nosso país, é uma amostra do desempenho do sistema.)


Membrana: Toda a estrutura externa é “embalada” com uma membrana especial – a barreira de vapor.
Essa membrana funciona como nossa pele. Impede a entrada de umidade, mas permite a transpiração da edificação. Assim, os problemas com mofo e infiltrações são coisas do passado.
A partir da membrana, existem diversos materiais e tecnologias que podemos empregar para o revestimento das paredes externas.
Base coat: As placas cimentícias recebem um acabamento especial chamado base coat. Esse acabamento nada mais é do que uma massa aplicada em toda a extensão da parede, responsável por sua impermeabilização e seu aspecto monolítico.


Revestimento: A partir do base coat, a parede é tratada de forma convencional. Pode receber pintura, textura ou qualquer outro tipo de revestimento, tal como pedras, porcelanato ou madeira.

Exemplo de construção em Steel Frame finalizada
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        Para um bom projeto em Steel Frame é necessário que todas as disciplinas da obra estejam conversando, isto é, que haja a compatibilização da elétrica e hidráulica já que todos os dutos passarão por dentro da parede. O que é uma solução excelente tendo em vista que não é necessário fazer recortes nas paredes ou colocar as instalações posicionadas externamente como acontece com muitos casos de projetos em alvenaria. Esse é um fato interessante: com essa tecnologia, as medidas do projeto devem ser estritamente respeitadas. Não há espaço para o jeitinho.
        Outro fato positivo da construção em Steel Frame é que, nos últimos anos, vem se concretizando no mercado nacional da construção civil, aumentando o número de profissionais especializados e empresas com equipes prontas para montar o projeto. Algo que era impossível de se pensar há algum tempo em uma escala pequena. Se hoje você for contratar uma empresa de Steel Frame para construir sua casa, você terá uma equipe qualificada e uma obra limpa. O resultado da construção se vê nos primeiros dias, sendo que uma obra com essa tecnologia se torna muito mais rápida e versátil. Além do mais, você não terá dores de cabeça com os maus profissionais e curiosos que não seguem o projeto e acabam gerando muitas frustrações e gastos além do esperado.
        O Steel Frame já se tornou uma realidade no Brasil. Se quiser conhecer mais sobre a tecnologia ou sobre outras curiosidades, entre em contato conosco.

*Nesse caso estamos referindo a material, mão de obra e tempo. A tese dos 30% surgiu da pesquisa do professor Flávio Augusto Picchi da Escola Politécnica da USP. Quanto ao material que se perde em obras convencionais, pesquisas recentes apontam 8% de perdas. Você pode consultar a tese no seguinte link www.pcc.usp.br/pesquisa/perdas. A entrevista com o autor dessa pesquisa você pode conferir nesse link http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/53/artigo285202-1.aspx


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Esse artigo foi escrito pela arquiteta Nicole Oliveira
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